(finando finados ...)
Os ventos giraram de forma alucinante,
Eu ouvi a tempestade se aproximar,
Mas dela não tive medo,
No meio da tempestade, eu ouvi os gritos, eu vi a morte,
As palavras que embora não fossem dignas de serem ditas,
Eram ditas, entre dentes, porque não eram minhas ...
As minhas eu disse, sim, disse, sussuradas ...
Deus me pegou pelos cabelos e me levou ao passado e ao futuro,
Teve comigo uma experiência única,
de forma que eu tivesse a plena certeza de sua existência,
Eu tive escolha e escolhi,
E não me arrependo ...
Quando eu retornei:
Ainda sentia minhas pernas!
Me recusei a aceitar que ficaria em uma cadeira de rodas de novo,
Me levantei, andei ...
Infelizmente, cá estou outra vez,
Sobre rodas,
Mas, ao contrário de antes,
Hoje, as rodas são minhas asas,
Porque é impossível aprisionar os que tem asas ...
A proximidade da morte, a incredulidade, o pânico, me fizeram chorar,
Choro ainda hoje, choro muito,
Ainda hoje, a noite acordo chorando ...
Mas dele não tenho medo,
Porque o choro pode limpar a alma, o coração ...
Para quem vê o copo vazio até a metade,
Tudo é castigo,
Para mim, é um milagre de Deus,
Ter visto a morte, lutado com ela e hoje estar aqui ...
Sentado, por enquanto, em uma cadeira de rodas ...
Embora muitos me tenham condenado a morte, ao abandono e ao degredo,
Eu sigo sorrindo ...
Sorrindo vida ... a vida que me resta ... e que logo, logo, se reestabelecerá ...
Pronto será o dia que eu pisar firme em "Terra Estrangeira", meu coração,
Porque próximo está o dia que ouvirei:
Levanta, anda ...
Te carreguei no colo e depois,
As rodas foram tuas asas para atravessar o deserto,
A areia quente não vai mais queimar os teus pés ...
gente, essa sua comparação das rodas com asas foi bonito, mas depois teve um clima mórbido q me incomodou...
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